Durante reunião na Comissão de Infraestrutura do Senado, o parlamentar paraense Flexa Ribeiro cobrou do Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, por melhorias nos eixos logísticos do Pará
BRASÍLIA [ ABN NEWS ] — “O produtor brasileiro perde competitividade por falta de infraestrutura, de logística para escoar a produção”, afirmou o senador Flexa Ribeiro em reunião com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, realizada nesta quarta-feira (29), na Comissão de Infraestrutura do Senado. O ministro foi ao Congresso Nacional para apresentar os investimentos na área de transporte e as ações do Programa de Investimentos em Logística (PIL).
Além das obras nas rodovias, o senador cobrou o investimento nos modais hidro e ferroviário. Segundo Flexa Ribeiro, ao viabilizar eixos alternativos, o governo reduziria grande parte das carretas que trafegam pelas rodovias, elevando os casos de acidentes e o custo do frete que incide na produção local. De acordo com o senador, somente pela BR-163 deverão passar cerca de 120 mil caminhões por ano, transportando os grãos produzidos no centro-oeste até os portos paraenses.
“O transporte pelas ferrovias e hidrovias é mais barato, elevando nossa competitividade, além de reduzir o número de carretas nas rodovias. Isso é importante, pois reduz o número de acidentes e cria um novo eixo para o escoamento da produção brasileira”, comentou o senador.
Apesar da redução nos investimentos em obras de infraestrutura, o ministro, ao ser indagado pelo senador paraense, destacou que algumas obras de pavimentação e melhoria nas rodovias estão em execução ou deverão iniciar no segundo semestre deste ano. “Foi bem sucedido o pregão para manutenção e recuperação das pontes existentes na BR-158. Agora, o secretário do ministério deverá ir até Redenção para, junto com os parlamentares da bancada do Pará e com a empresa, ajudar a fiscalizar e, de uma vez por todas, resolver a situação na rodovia. Eu me assustei quando vi as pontes”, enfatizou o ministro.
Sobre o trecho da BR-155, que liga Marabá a Redenção e que compreende uma extensão de 343 km, Antônio Carlos destacou que já existe empresa contratada para fazer a manutenção da estrada. A empresa ficou algum tempo parada, pois o Governo Federal não estava repassando os recursos previstos em contrato. Com o reestabelecimento do pagamento, a empresa retomou o trabalho de revitalização da BR.
Ainda a respeito das obras nas rodovias paraenses, o ministro dos Transportes contou que na BR-163, foram concluídos 785 km, faltando executar 260 km. Já está concluída a pavimentação do Mato Grosso a Santarém, incluindo o acesso a Miritituba. Será feito a relicitação das sete pontes, objetos do edital que foi declarado fracassado.
Mesmo com o avanço na obra de pavimentação da BR-163, o senador Flexa Ribeiro lembrou que ainda existe um trecho – uma extensão de 90 km, ligando Rurópolis a Santarém – que está com dificuldades para a conclusão. Responsável por este trecho, o Batalhão de Engenharia do Exército não apresenta condições de finalizar a pavimentação da rodovia. “Estão faltando 20 km deste trecho. Vamos sentar com o DNIT para analisar o estágio da obra e, se tiver necessidade, vamos rescindir o contrato, licitando com outra empresa para terminar a pavimentação”, disse o ministro.
Matriz – Apesar da afirmação do ministro de que a intenção do Governo é racionalizar a matriz logística brasileira, investindo mais nos modais hidro e ferroviário, os dados do Ministério indicam a priorização no modal rodoviário. Dos R$ 18,8 bilhões investidos em 2014, 55% foram destinados às obras nas rodovias, 14,5% em ferrovias e 0,8% em hidrovias.
Enquanto o governo continua priorizando as rodovias, obras importantes para ampliar a competitividade da produção paraense não são iniciadas. O Pedral do Lourenço que permitirá a navegabilidade na hidrovia do Tocantins, está há mais de cinco anos sendo debatido pelo Governo Federal, sem muito sucesso. Alguns processos de licitação da obra chegaram a ser realizados, no entanto, foram fracassados por problemas técnicos presentes no edital.
“O pedral foi licitado duas vezes pelo DNIT já com o projeto revisado pela Marinha. A primeira vez houve uma ação judicial que as empresas questionaram se a responsabilidade ambiental estaria a cargo da empresa ou do DNIT. Foi feita uma revisão neste edital. Fizemos algumas alterações. Relançamos o edital e infelizmente não teve nenhuma empresa interessada na obra. Estamos agora fazendo uma nova revisão no projeto e uma correção no orçamento. Estamos corrigindo o edital para não ter mais fracasso na próxima licitação”, comentou o diretor de Infraestrutura Aquaviária do DNIT, Valter Casimiro Silveira, que anunciou o mês de junho como data para o lançamento do novo edital da obra.
Ferrovia – As obras para o trecho Açailândia-Barcarena, da Ferrovia Norte-Sul, estão em fase de construção da PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), que deverá, segundo o ministério, ser concluído no final deste ano. A licitação do trecho só deverá ser feita em 2016.