Chefe do Acnur e Enviado Humanitário do Kuwait encontram com refugiados sírios no Líbano

António Guterres e Abdullah Al-Matouq no Sul do Líbano

O Alto Comissariado para os Refugiados, António Guterres e o Enviado Humanitário do Kuwait, Abdullah Al-Matouq (à esquerda), visitam um assentamento informal de refugiados sírios perto de Ghaziye, no Sul do Líbano.

 

ASSENTAMENTO INFORMAL DE DEBANE, LÍBANO [ ABN NEWS ] — O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres e Enviado Humanitário do Kuwait, Abdullah Al-Matouq, visitaram esta semana refugiados sírios que vivem em condições adversas nos assentamentos informais no sul do Líbano e encorajou a comunidade internacional a fazer mais para aliviar a situação destas vítimas do conflito da Síria.

O Líbano é a moradia de quase 1,2 milhão de refugiados sírios, representando cerca de um quarto da população total do país. O trânsito maciço desde o início da crise na Síria, em março de 2011, estimulou os refugiados a se estabelecerem em todos os cantos do país, depositando uma enorme pressão sobre os serviços disponíveis e infraestrutura.

“Nos Estados Unidos, uma população de refugiados equivalente à que vive hoje no Líbano seria de mais de 80 milhões de pessoas. É possível entender como este é um impacto terrível na economia e na sociedade do Líbano”, disse Guterres na terça-feira em Mebane, um assentamento informal perto da cidade de Ghaziye.

Quase um quinto dos refugiados sírios no Líbano vive em assentamentos informais como Debane, onde António Guterres e Abdullah Al-Matouq, o Enviado Humanitário do Secretário Geral da ONU para o Kuwait, reuniram moradores e discutiram os desafios que enfrentam.

Ao lado de uma estrada de terra na sombra da principal rodovia costeira, o assentamento Debane é um amontoado de abrigos improvisados construídos a partir de tábuas de madeira e folhas de plástico e que atualmente abriga 30 famílias sírias. Localizado em uma área pública, os refugiados não estão autorizados a fazerem construções permanentes, por isso as condições de vida e sanitárias continuam precárias.

Mohammed, de 44 anos, vive lá com nove membros de sua família desde 2012, quando fugiram da cidade síria de Hama ocidental, depois de sua casa ter sido destruída por um bombardeio.

A pedido de Guterres para descrever as maiores dificuldades deles, Mohammed citou as novas regulamentações que o governo exige dos sírios no Líbano, incluindo o registro dos refugiados com o ACNUR, e a pagar uma taxa de US $ 200 para cada renovação de autorização de residência, afirmando que ele e sua família foram incapazes para pagar.

Ele também expressou sua profunda preocupação com a educação dos seus filhos e sobre o futuro de seu neto que vai nascer. “Essas crianças, a nova geração, não terá educação aqui, todo o sistema de ensino mudou para eles, toda uma geração será destruída, que futuro eles terão?”, perguntou. “Este menino, o menor, nascido há 10 a 15 dias, se continuar assim será analfabeto. Esta é uma geração de analfabetos”, completou o refugiado.

Das 400 mil crianças sírias em idade escolar no Líbano, o ACNUR e o Fundo das Nações Unidas para a Criança (UNICEF) conseguem financiar apenas 106 mil vagas em escolas públicas no país, restando 75% delas sem receber educação mesmo informal.

Guterres disse que sua visita não era somente para destacar as maiores necessidades dos refugiados sírios, mas também ajudar que o governo libanês e comunidades ao redor os acolham, em conjunto com países vizinhos comprometidos com o acolhimento na região.

António Guterres saudou as promessas, totalizando US $ 3,8 bilhões para a resposta à crise na Síria em 2015, feita por doadores internacionais durante a Conferência Humanitária Internacional de Doadores (Kuwait III) realizado em Kuwait City no mês passado.

“Não podemos aceitar que o povo sírio continue vivendo nessas trágicas circunstâncias e não podemos aceitar que os países vizinhos como o Líbano e Jordânia estejam enfrentando tal desafio dramático para a sua própria economia e para a estabilidade”, disse ele.

Com informação de Charlie Dunmore, no assentamento informal em Debane, Líbano.

Editado por Jose H Oliveira Jr

 


 

Chefe do Acnur e Enviado Humanitário do Kuwait encontram com refugiados sírios no Líbano

António Guterres e Abdullah Al-Matouq no Sul do Líbano

O Alto Comissariado para os Refugiados, António Guterres e o Enviado Humanitário do Kuwait, Abdullah Al-Matouq (à esquerda), visitam um assentamento informal de refugiados sírios perto de Ghaziye, no Sul do Líbano.

 

ASSENTAMENTO INFORMAL DE DEBANE, LÍBANO [ ABN NEWS ] — O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres e Enviado Humanitário do Kuwait, Abdullah Al-Matouq, visitaram esta semana refugiados sírios que vivem em condições adversas nos assentamentos informais no sul do Líbano e encorajou a comunidade internacional a fazer mais para aliviar a situação destas vítimas do conflito da Síria.

O Líbano é a moradia de quase 1,2 milhão de refugiados sírios, representando cerca de um quarto da população total do país. O trânsito maciço desde o início da crise na Síria, em março de 2011, estimulou os refugiados a se estabelecerem em todos os cantos do país, depositando uma enorme pressão sobre os serviços disponíveis e infraestrutura.

“Nos Estados Unidos, uma população de refugiados equivalente à que vive hoje no Líbano seria de mais de 80 milhões de pessoas. É possível entender como este é um impacto terrível na economia e na sociedade do Líbano”, disse Guterres na terça-feira em Mebane, um assentamento informal perto da cidade de Ghaziye.

Quase um quinto dos refugiados sírios no Líbano vive em assentamentos informais como Debane, onde António Guterres e Abdullah Al-Matouq, o Enviado Humanitário do Secretário Geral da ONU para o Kuwait, reuniram moradores e discutiram os desafios que enfrentam.

Ao lado de uma estrada de terra na sombra da principal rodovia costeira, o assentamento Debane é um amontoado de abrigos improvisados construídos a partir de tábuas de madeira e folhas de plástico e que atualmente abriga 30 famílias sírias. Localizado em uma área pública, os refugiados não estão autorizados a fazerem construções permanentes, por isso as condições de vida e sanitárias continuam precárias.

Mohammed, de 44 anos, vive lá com nove membros de sua família desde 2012, quando fugiram da cidade síria de Hama ocidental, depois de sua casa ter sido destruída por um bombardeio.

A pedido de Guterres para descrever as maiores dificuldades deles, Mohammed citou as novas regulamentações que o governo exige dos sírios no Líbano, incluindo o registro dos refugiados com o ACNUR, e a pagar uma taxa de US $ 200 para cada renovação de autorização de residência, afirmando que ele e sua família foram incapazes para pagar.

Ele também expressou sua profunda preocupação com a educação dos seus filhos e sobre o futuro de seu neto que vai nascer. “Essas crianças, a nova geração, não terá educação aqui, todo o sistema de ensino mudou para eles, toda uma geração será destruída, que futuro eles terão?”, perguntou. “Este menino, o menor, nascido há 10 a 15 dias, se continuar assim será analfabeto. Esta é uma geração de analfabetos”, completou o refugiado.

Das 400 mil crianças sírias em idade escolar no Líbano, o ACNUR e o Fundo das Nações Unidas para a Criança (UNICEF) conseguem financiar apenas 106 mil vagas em escolas públicas no país, restando 75% delas sem receber educação mesmo informal.

Guterres disse que sua visita não era somente para destacar as maiores necessidades dos refugiados sírios, mas também ajudar que o governo libanês e comunidades ao redor os acolham, em conjunto com países vizinhos comprometidos com o acolhimento na região.

António Guterres saudou as promessas, totalizando US $ 3,8 bilhões para a resposta à crise na Síria em 2015, feita por doadores internacionais durante a Conferência Humanitária Internacional de Doadores (Kuwait III) realizado em Kuwait City no mês passado.

“Não podemos aceitar que o povo sírio continue vivendo nessas trágicas circunstâncias e não podemos aceitar que os países vizinhos como o Líbano e Jordânia estejam enfrentando tal desafio dramático para a sua própria economia e para a estabilidade”, disse ele.

Com informação de Charlie Dunmore, no assentamento informal em Debane, Líbano.

Editado por Jose H Oliveira Jr

 


 

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